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Suporte ao tratamento oncológico

Suporte oncológico nas diversas etapas do percurso do paciente oncológico

1) Diante do anúncio do diagnóstico: ansiedade, distúrbios do sono

O momento em que se recebe o diagnóstico de uma doença como o cancro é sempre desestabilizador e difícil. Vários sentimentos vêm à tona, como a injustiça, a raiva, a negação, que fazem parte do processo normal de adaptação progressiva a essa doença. Nesses momentos difíceis a presença e o suporte da família é essencial. Alguns medicamentos conhecidos na medicina alternativa, podem auxiliar a melhorar o sono, as apreensões, e a ansiedade quanto ao desconhecido.

2) Preparação para uma intervenção cirúrgica

A cirurgia consiste em uma das etapas mais importantes do tratamento do cancro, podendo ser ‘exploratória’ (biopsia para conferir um diagnóstico), preventiva (retirada de lesões pré-cancerosas), curativa ou paliativa (retirada de uma parte ou da totalidade do tumor), ou reparadora (por exemplo, cirurgia de reconstrução mamaria, após cancro de mama). No momento da consulta pré-operatória, o paciente e /ou acompanhante devem se sentir à vontade para perguntar todas as dúvidas sobre a cirurgia e a anestesia. O suporte em medicina integral poderá ser muito útil nessa fase, conferindo melhores condições pré e pós-operatórias.

3) Enfrentando a fadiga

Um dos sintomas mais frequentemente encontrados nas pessoas com diagnóstico de cancro, porém não presente em todos os pacientes, pode ser consequência da doença propriamente dita ou das resultantes do tratamento. A queixa de fadiga pode ser extremamente desagradável, impactando consideravelmente a qualidade de vida diária. Causas comuns são a anemia, náuseas, falta de apetite, perda de peso, vómitos, ma-absorção dos alimentos, stress, e distúrbios do sono, além dos problemas sociais associados ao tratamento como as idas ao hospital, e o contato com situações completamente novas durante esse processo. Um diagnóstico diferencial é necessário para esclarecer a real causa ou múltiplas causas de fadiga, e por isso o papel do médico é essencial no acompanhamento do paciente e na escuta das suas inquietudes, a fim de poder acompanhá-lo com o suporte terapêutico necessário (vitamínico, nutricional, homeopático, medicina chinesa e medicina integrativa).

4) Todo tipo de distúrbio digestivo, tem uma solução apropriada

Os medicamentos da quimioterapia agem nas células cancerosas, mas também nas células sadias, particularmente naquelas que se dividem rapidamente, como por exemplo, as células do sistema digestivo, as células que originam o cabelo, os pelos, as unhas, as células reprodutivas e as da medula óssea. E possível que apos cada sessão de quimioterapia, alguns sintomas como náuseas e vómitos possam ocorrer.

As náuseas começam em geral, à noite, ou no dia que se segue a perfusão, e se limitam as 72hs após a sessão de quimioterapia.  Podem ou não serem acompanhadas de vómitos, que persistem em média, 48h após o tratamento. São sintomas temporários e dependem do tipo de tratamento e da tolerância individual de cada paciente.

Na consulta em medicina integrativa informe o médico o horário de ocorrência dos sintomas, os fatores desencadeantes o que os alivia, a duração dos sintomas.

5) Reduzindo as lesões na boca

Aftas podem ocorrer após tratamento rádio ou quimioterápico, assim como distúrbios do paladar ou gengivites ou dificuldades para deglutir os alimentos. Recomenda-se antes de iniciar o tratamento oncológico, de marcar consulta com o dentista para consulta de controle e tratamento de limpeza mais profunda, se necessário, como retirada de tártaro. O suporte da medicina integrativa é realizado de forma preventiva, para diminuir a sensação do gosto desagradável na boca, proteger a boca das aftas, e micoses, sendo que vários protocolos podem ser utilizados de acordo com o tipo de desconforto.

6) Monitorando a queda/perda dos cabelos

Para muitos pacientes, associar quimioterapia e perda de cabelos é inevitável. Porém tudo depende do tratamento administrado. Quando há queda de cabelo, outros pelos do corpo podem também ser afetados na sequência, como cílios, sobrancelhas, e outros pelos, visto que todos são constituídos de células de multiplicação rápida. A queda de cabelos inicia-se geralmente duas a três semanas após a primeira sessão de quimioterapia, porém podem também ocorrer após a sessão inicial. A queda de cabelos pode ser completa ou ocorrer por etapas, segundo o tipo de medicamento ou das doses utilizadas na quimioterapia. A boa noticia é que no final do tratamento, os cabelos começam a crescer novamente, em média de 1cm por mês. Os cílios e sobrancelhas também reaparecem semanas a meses após a parada do tratamento.

Conselho: no caso de cabelos longos, aconselha-se realizar um corte curto, para aliviar o peso dos fios sobre os bulbos capilares. Utilize um shampoo suave, evitando colorações, permanentes ou outros tratamentos químicos. Marque horário com a vossa cabeleireira para auxiliá-la na organização quanto a cortes mais adequados, uso de lenços ou outros, ou mesmo, mantenha a cabeça lisa, sem cabelos… não há regras rígidas, tudo depende do estilo pessoal de cada um.

7) Cuidados com as unhas

Os tratamentos oncológicos podem afetar diretamente não somente os cabelos, mas a pele em geral, as unhas, que são fragilizadas pelos medicamentos utilizados, podendo mudar de cor, espessarem-se, escurecerem, ou apresentarem-se ‘dobradas’ ou ‘duplas’, sendo que tudo isso são sintomas temporários.

Conselho: desde o início do tratamento, corte as unhas bem curtas e reforce a hidratação com um creme ou óleo hidratante, para evitar o ressecamento. Luvas, ou pulseiras refrigeradas a serem utilizadas durante as sessões de quimioterapia, podem ser recomendadas pela equipe de cuidados auxiliares hospitalar. Utilize também duas camadas de um esmalte/verniz filmogeno, e mais duas camadas de verniz mais escuro, opaco e anti-UV. Para retirar o esmalte, use solvente suave, sem acetona.

8) Acne medicamentosa: como lidar

Algumas medicações podem provocar uma erupção de acne ou espinhas, principalmente no rosto e na parte alta do corpo. Podendo ocorrer em média, de uma a três semanas após o inicio do tratamento. Como impactam a aparência, podem ser desagradáveis no tocante à vida social das pessoas.

Conselho: utilize produtos adequados a peles sensíveis (sem álcool, ou perfumes), com pH neutro, lavando o rosto e o corpo com água morna, não quente. Hidrate a pele com um creme próprio para peles sensíveis. Peça conselho ao teu médico homeopata, para que ele possa orientar-lhe quanto a um tratamento personalizado.

9) Reduzir as reações da pele à radioterapia

A maioria dos pacientes precisarão de sessões de radioterapia, em complemento ao tratamento quimioterápico. Essas sessões são recomendadas para destruir as células doentes, através dos raios ionizantes, bloqueando a capacidade de multiplicação celular. Os efeitos indesejáveis variam de uma pessoa à outra, de acordo com o estado geral e a sensibilidade individual, além da localização, volume e dose irradiada. Entretanto, o acúmulo das sessões, durante várias semanas, pode provocar reações cutâneas como vermelhidão, queimaduras ou outras, que são reversíveis após o fim do tratamento.

Conselho: lavar a pele com sabão neutro antes da sessão, e aplicar  cremes fitoterápicos, para minimizar os danos, o que pode minimizar as reações radioterápicas a uma sensação suave, como se tivesse tido exposição solar. Aconselhe-se com o vosso médico homeopata à respeito e dê preferência a utilizar roupas amplas em algodão, para reduzir a fricção com a pele e a irritação. Proteja-se quando conduzir, colocando um tecido entre a pele e o cinto de segurança, para evitar fricção entre a pele e o cinto.

10) Atenção à síndrome mão-pé

Essa síndrome é uma reação inflamatória decorrente de alguns tratamentos quimioterápicos que afetam os micro-vasos sanguíneos das mãos e dos pés. Observa-se aparecimento de vermelhidão, ressecamento da pele, pequenas bolhas, ou sensação de repuxo, dor ou formigamento.

Conselho: A partir dos primeiros sintomas, marque horário com a pedicure ou manicure, para tratar calosidades existentes, que possam gerar eventualmente regiões de evolução mais criticas. Reforce a aplicação de creme hidratante principalmente nas áreas de pregas de pele e fissuras. Evite usar sapatos apertados, dando preferência às meias e sapatos mais confortáveis. Alguns remédios homeopáticos são indicados para aliviar esses sintomas e poderão auxiliar a recuperação.

11) Minimizando os formigamentos

Alguns pacientes referem sensações de formigamentos como de andar sobre algodão, ou de caimbras que o acordam no meio da noite. Isso ocorre por causa da ação dos medicamentos sobre a camada que envolve os nervos periféricos, gerando as neuropatias periféricas. Se os sintomas forem importantes, não hesite a conversar com o seu médico homeopata, que poderá sugerir medicamentos adequados e orientações gerais sobre como evitar consequências desagradáveis.

12) Dores musculares, articulares: o que fazer ?

Uma queixa frequente é aquela em que o paciente refere sentir-se anquilosado, desde que acorda de manhã. Como se, certas articulações precisassem se desenferrujar, antes de posar os pés no chão, de manhã. Isso ocorre por conta da própria doença, e também dos tratamentos, sendo que não é fácil falar da dor que se sente, pois em geral, acredita-se que é ‘normal’, e as vezes, associada à situações imaginarias de ‘medo’ de ‘coisas piores’. Na verdade, a dor é um sinal de alarme enviado pelo corpo, e independente da sua origem e intensidade, ela deve ser evitada, ou minimizada, e ser levada em consideração durante todo o processo de acompanhamento da doença. O sofrimento desnecessário impacta a qualidade de vida, seja física ou psicológica, com repercussões sobre a integração social do indivíduo. Aconselhe-se com a equipe médica e o suporte alternativo, para que eles lhe auxiliem a encontrar soluções eficazes e duradouras. Em caso de dor persistente, o paciente será orientado a uma consulta especifica, de tratamento da dor.

13) Efeitos da hormonoterapia são controláveis

Alguns pacientes podem referir reações como ondas de calor, afrontamentos, transpiração excessiva, crises de choro sem razão, ou outros, após o início do tratamento com hormônios. É importante saber que o objetivo desse tratamento é suprimir ou contrapor a ação dos hormônios do organismo, no caso de tratamento de cancros ditos ‘hormonodependentes’, como o de mama, endométrio, próstata. Entretanto, ao longo do tratamento, alguns pacientes hesitam em continuar a utilizar hormônios, devido aos consequentes efeitos indesejáveis associados, como dores articulares, osteoporose, baixa da libido, dores de cabeça, oscilações de humor, variáveis de acordo com a sensibilidade individual.

Conselho: em homeopatia, uma gama de opções são disponíveis para dar suporte ao seguimento do tratamento, e para conhecê-las melhor, não hesite em informar-se com o seu médico de confiança.

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